sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Espiritualidade - O Espiritismo no Conceito das Religiões e a Lei de Umbanda

(Reprodução de artigo - fonte: www.fub.org.br - Federeção de Umbanda do Brasil)

A Umbanda esotérica e iniciática

Matéria que interessa a todo o Esoterista, Espíritas e Umbandistas, principalmente aos estudiosos e a todos os que desejam conseguir benefícios, desenvolvimento espiritual, luz e conhecimento.
 
A afinidade entre a Umbanda e as antigas doutrina ocultistas;

Cultos Umbandistas;
Os Orixás na mitologia nagô;
Exu, o grande agente mágico;
Tratamentos espirituais, mentais ou psíquicos;
Iniciação: "dar comida à cabeça", fazer "cavalo de santo" e fazer ogãs;
O culto nagô em Cuba;
O culto vodu no Haiti;
O culto Kromanti Fanti-Axanti;
A influência dos astros e as forças da Natureza;
O fluxo mensal renovador.
 
Aos Umbandistas!
 
Ao divulgar este trabalho sobre o conceito que a Umbanda fazem as demais religiões, devo esclarecer que: salvo melhor juízo, servirá ele não só para os praticantes da Lei de Umbanda, como também, para quantos desejarem conhecer alguns porquês de Lei que muitos combatem, mas que na realidade, encerra um manancial de verdades sobre o que "será" de nossas vidas nos diversos planos espirituais, para os quais forçosamente nos dirigiremos.
 
Neste trabalho, encontraram material de quase todos os "Orixás Maiores" que dominam a Lei de Umbanda, principalmente quando desejarem comentar sobre a vida destes ou daquele Santo, ao verem aproximar-se o dia em que são festejados.
 
Manifestando desde já o meu profundo agradecimento sobre os comentários bons os maus que fizerem deste trabalho, assumo pelo mesmo, inteira responsabilidade, certo como estou de que apenas pugno pelo engrandecimento da Lei de Umbanda.

Muito se tem falado sobre a imortalidade da alma, razão pela qual deu origem à criação e aparecimento de inúmeras crenças hoje existentes no universo inteiro.
 
Jesus, o Deus criado pela religião católica, em sua peregrinação pelo mundo, legou-nos, desde os tempos dos nossos antepassados, até a geração atual, a denominação de Espíritos, após a sua passagem pela Terra, uma vez desencarnados, voltassem aos céus para que lhes fossem impostos os castigos ou prêmios de conformidade com os maus ou bons procedimentos.
 
São inúmeras as doutrinas pregadas pelo Cristo as suas obrigações e teorias, chegaremos a conclusão de que todas, na sua essência íntima, quando professadas com pureza, sinceridade e espírito de abnegação, têm uma única finalidade perante esse Deus, qual seja: Cristo, Buhda, Jeová ou outra qualquer divindade que represente o símbolo supremo das inúmeras religiões ou seitas que existem entre os diferentes povos deste vasto planeta.
 
Mudam-se os nomes, criam-se imagens, porém, sendo o Deus, onipotente, Uno e Indivisível, a ele chegarão os clamores dos seus filhos, seja em qualquer língua expressos, pois, existem vários idiomas para expressá-los, porém, um único para senti-los.

Para que a humanidade chegasse ao seu grau máximo de perfeição, seria necessário que deixassem de ódios, os rancores, a inveja e, que, todos com a compreensão de verdadeiros irmãos, unidos, procurassem com Inteligência, evitar o desmoronamento desta perfeita maravilha que é a Natureza, de onde tudo tiramos e, como retribuição também nos exige o máximo que poderíamos dar, isto é: a própria vida. – "Somos feitos do pó e ao pó haveremos de voltar".
 
Seria bastante um pouco de reflexão para compreendermos que a vida muito representa para todos nós, isto, pelo fato de que cada um tende ao aperfeiçoamento, que só se consegue expiando as próprias culpas, pelo sofrimento que redime.
 
"Quem semeia ventos, colhe tempestades".
 "A uma afronta segue-se o revide".
 "Aos bons, o prêmio e aos maus o castigo".

Se procurássemos analisar a origem dos sofrimentos humanos, encontraríamos com toda a certeza a explicação para os mesmos, pois, na nossa própria consciência reside o que podemos chamar de Juiz, com a denominação mais simples: Remorso.

Ninguém paga sem dever e, se a nossa dívida não pertence aos atos praticados nesta encarnação, com absoluta certeza provirá de encarnações passadas e, que deverão ser resgatadas de qualquer maneira, sem, contudo ter prazo fixo.
 
Na Lei Espírita não paga o justo pelo pecador, porque, na redenção da alma não pode haver interferências estranhas e, cada um possui o seu livre arbítrio para opinar pelo bom ou mau caminho a seguir.

No julgamento final dos nossos atos perante o Criador, não teremos a ajuda de nenhum Simeão para carregar a nossa cruz, pois, só nos restará conduzi-la com o nosso próprio sacrifício, por mais pesada que seja.
 
Comparação e diferentes interpretações da Lei Espírita – Sua Divisão
 
Embora não sendo encarada como uma ciência e sim como uma seita, é contudo a doutrina espírita quase semelhante, se bem comparando, à Religião Católica Apostólica Romana; pois, tão idênticos são os seus rituais e processos que, se mudássemos as indumentárias e trocássemos o Latim pelo fraseado simples dos nossos praticantes, quase não se notaria a diferença.
 
Entretanto, bem diferentes são as intenções de ambas, tendo, contudo a obrigação de tratar da mesma finalidade, isto é, difundir entre os povos e derramar sobre os crentes, os princípios e ensinamentos deixados pelo nosso Pai misericordioso, quando de sua passagem e permanência entre nós.
 
Pode-se bem definir a Lei Espírita, como sendo a ação direta das mensagens do Deus Supremo para com seus filhos, por intermédio de seus enviados, denominados: Guias Espirituais, pela manifestação do fenômeno chamado de Incorporação (mediunidade), servindo de veículo o que denominamos de Médium.
 
Poderíamos dividir os diferentes rituais praticados no Espiritismo em três classes perfeitamente distintas, mas, cada uma dessas divisões comportaria um setor de ação diverso, cuja finalidade seria a mesma, porém, encarada sob variados prismas ou pontos de vista.
 
Assim sendo, procurarei no decorrer da leitura deste trabalho, tratar de per si cada uma das classes, que a seguir dividirei, tentando consequentemente, elucidar teorias e conceitos, que se modificam a cada passo na concepção de quantos procuram conhecer fundamentos básicos no espiritismo.
 
Sendo esse o meu fraco modo de entender e, talvez o de muitos professantes da seita espírita, assim explico a divisão acima citada:

 1 – Kardecismo, ou Espiritismo científico;
 2 – Umbanda, Magia Branca ou médio espiritismo;
 3 – Quimbanda, Magia Negra ou baixo espiritismo.
 
Na primeira classe, a manifestação do espírito dá-se de uma maneira mais suave, falando o Médium naturalmente, interpretando com sua própria voz a presença do seu Guia Protetor ou Entidade, sendo as Sessões geralmente calmas e quase que exclusivamente em trabalhos de mesa, pouco se percebendo o fenômeno da incorporação, ao tomar o espírito a posse do seu aparelho.
 
Quando porventura, a manifestação é dada por espíritos de pouca luz, ou melhor: Espírito Obsessor, cuja finalidade é solicitar caridade ou prejudicar, com distúrbios, o bom andamento dos trabalhos, a sua doutrinação é feita geralmente pelo Presidente da mesa, que, com palavras caridosas ou severas, o convida a retirar-se, muitas das vezes tronando-se necessário por meio de preces, pedir aos Guias Protetores, sua ajuda, para que o elemento perturbador siga seu destino.
 
Inúmeras são as manifestações que se apresenta em sessões dessa natureza, nas quais, entidades de elevado grau espiritual, deixam gravadas para sempre, frases que se tornaram célebres pelo alto senso de cultura, profunda compreensão e renúncia, por parte de seus transmissores.
 
Transcreverei algumas passagens obtidas por intermédio de um Diretor Espiritual de um conhecido Centro Espírita, cujo nome omitirei, não por conveniência e, sim por interessar-nos apenas a parte espiritual.
 
Essas manifestações foram taquigrafadas e distribuídas pelos componentes da corrente, a quantos desejassem obtê-las, para que servissem de exemplo e ao mesmo tempo como prova de manifestação espiritual.
 
Em certa reunião manifestou-se um Guia Espiritual, que, dando o nome sugestivo de Penas Brancas, assim falou aos componentes de corrente:

"Meus irmãos: – sinto muita alegria pela oportunidade que ora temos de darmos dois dedos de prosa convosco.
 
Almejamos que possais ser guiados por uma fé sã, sem exageros, uma fé sincera.
 
Mais vale um pensamento extraído do fundo da alma, do que muitos pensamentos que são arrancados do coração, porque aquele, se eleva para a estrada do futuro.
 
O caminho é longo, bastante longo, árduo, mas, apoiado nessa fé, a jornada se torna mais suave.
 
De uma coisa deveis ter bastante certeza: todos têm que caminhar para a perfeição, mais cedo ou mais tarde. Aqueles que caem na estrada, sem forças, terão forças em outra época. Ninguém ficará para trás.
 
Não se deve desanimar. Se fracassardes, o fracasso é uma experiência, é uma lição e, em todo o fracasso se deve raciocinar bem, para tirar proveitos do fracasso.
 
Aquele que fracassa não deve desanimar, porque muita vitória também não é boa. O tempo urge...
É-nos agradável sempre conversar convosco, é uma satisfação sempre trocar uma palavra de bom entendimento. É natural desanimar; – a vida na terra atualmente é bastante tormentosa, sobre todos os pontos de vista; é a prova máxima e, cada um deve tirar as suas deduções, das pequeninas e das grandes provas porque passais e, todos têm um pouco que fazer.
 
Graças a Deus aqui estamos, desejando muito boa noite e boa paz para todos. Que Jesus, o Mestre Divino, possa estender a misericórdia àqueles que creem e àqueles que não creem.
 
Graças a Deus. Até a vista.
Penas Brancas, com a graça de Deus. Boa noite".

Dar conselhos, pregar sermões, muitas vezes não interessa ao indivíduo que pratica certos atos que bradam contra a opinião geral, pois, para ele, a vida consiste unicamente em sentir o prazer, vangloriar-se com a vitória dos seus próprios interesses, pouco se importando com a sorte dos demais.
 
Entretanto, quando lhe advém a dor, não se conforma e, blasfema contra tudo o que se lhe interpõe como obstáculo a sua sede de conquistas.
 
Em nossa vida material, na maioria das vezes, ou por espírito de ignorância ou por não darmos a conhecer o nosso medo íntimo, descuidamos do nosso dever para com Deus e, como acontece só procuramos o médico quando nos sentimos enfermos, também só nos lembramos de Deus, quando sentimos bater à nossa porta, o desespero, a dor e a intranquilidade.
 
Assim como na terra existem criaturas indomáveis, perversas, que só na prática do mal concretizam os seus desejos, assim também no espaço, as falanges do proliferam, na completa inconsciência dos seus atos, sem de longe percebem que muitos terão que lutar contra seus próprios desígnios, para atingir a perfeição.
 
E para evitar a intromissão desses elementos do espaço, que muitas vezes recorremos à ajuda dos espíritos elevados, daqueles que transitam no éter, como verdadeiras hostes de bravos guerreiros, que sob as ordens dos grandes chefes, se empenham nas lutas mais encarniçadas, nas mais cruentas batalhas, nos choques entre as falanges do bem contra as falanges do mal.
 
Dessas lutas invisíveis, obtêm-se como resultados, a proteção do nosso espírito e o perfeito controle do nosso subconsciente, assim como os glóbulos vermelhos do nosso sangue enxotam e dominam os germes das moléstias que nos querem corroer o corpo.
 
Ai de nós se não fossem os nossos Anjos de Guarda que, com a dedicação e o amparo de suas irradiações nos acobertam de todos os maléficos que nos possam vir a perturbar.
 
Contanto com esses elementos e, agindo com a convicção de que nossos atos terrenos são de molde a oferecer benefícios e não os maléficos, só poderemos sair vencedores, na trilha perigosa e áspera que é a existência humana.
 
Voltando ao ponto de onde havíamos interrompido a nossa dissertação, com deduções e pensamentos sobre o modo de agir das criaturas humanas, falemos ainda sobre pontos que nos interessam e que fazem parte dos esclarecimentos julgados necessários e, que dizem respeito aos trabalhadores da Lei Espírita, incluídos na 1ª classe – (Espíritos Científicos – Kardecismo).
 
Não é nenhuma novidade, mesmo para os que desconhecem o assunto, a atuação dos professores (Médiuns) em trabalho de mesa.
 
Não tenho nenhuma intenção de ensinar e sim justificar o assunto em questão, por ser bastante melindroso e, existirem contradições bastante acentuadas sobre o seu modo de interpretação.
 
Sendo inúmeras as divergências criadas em torno do Médium e, principalmente, no que diz respeito à sua obrigação perante a Lei Espírita, prefiro antes de expor a minha teoria e discernir sobre o ponto em questão, citar aqui o pensamento transmitido Guia Emmanuel em uma de suas prédicas, cujo conceito ditado pelo mesmo, é o seguinte:
 
Quem são os Médiuns na sua Generalidade?

"Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente; que contrariaram sobremaneira o curso das Leis Divinas e que resgatam sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.
 
O seu pretérito, muitas vezes se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos.
 
Quase sempre são espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência e, que regressam ao orbe terráqueo, para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude.
 
São almas arrependidas, que procuram, arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram e de condenável insânia".

(Emmanuel)

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