Mensageiros divinos, ordenanças do Pai Maior.
São nossos Guias e Orientadores.
Companheiros astrais, que buscam nos guardar, proteger e intuir. Nos auxiliar, para que, melhor possamos percorrer nossa própria jornada evolutiva. Quão bom seria, se conseguimos senti-los, ouvi-los e compreende-los, sem as negativas interferências de nossos próprios interesses mundanos....
Entidade é o nome dado a todos os espíritos que estão em uma faixa de vibração astral, boa para o trabalho na Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual, esses espíritos são levados a fazer parte de uma falange (agrupamento de espíritos), a fim de atuarem, aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles permanecem até a possível volta para uma reencarnação ou a evolução para um plano espiritual superior.
Falange é um agrupamento de mais de 400 mil espíritos, que atuam em um determinado plano espiritual, ou seja, em uma determinada faixa de vibração.
Existem entidades de Alta, Regular e Baixa, faixa vibratória, e por isso elas se dividem em vários grupos: Falangeiros de Orixá, Caboclos, Pretos Velhos, Exus, Pomba-Giras, Ibeijadas e demais entidades que atuam de formas diversas. Cada falange recebe o nome de seu chefe e cada espírito dentro desta falange, atende por este mesmo nome.
Quando um médium trabalha com uma determinada entidade, ele não trabalha com um único espírito. O que ocorre é que todos os espíritos que constituem aquela determinada falange, têm uma única tônica de vibração com a qual penetram na faixa vibratória do médium, à razão de um por segundo, mantendo assim a sintonia durante todo o período que dura uma comunicação. Em outras palavras, os espíritos não trabalham isoladamente, mas "em falange", todos numa única vibração.
Embora não seja muito comum, é possivel acontecer que um mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la, obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração, apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas características essenciais.
Necessário também é, compreender-se à diferença entre hierarquia terrena e evolução espiritual. Algumas pessoas pensam que a posição hierárquica de uma entidade corresponde à sua posição na vida física anterior. Isto não corresponde à verdade porque as falanges não se agrupam conforme as raças ou costumes da vida terrena, mas sim de acordo com o grau de evolução espiritual e afinidade vibratória. Desta forma, um espírito pode se apresentar, por exemplo, como um caboclo, apenas para ter um melhor acesso a um médium e a seus consulentes.
CABOCLOS E CABOCLAS
Originalmente, a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio, mas, na percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. Espíritos que, embora em suas encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos, os Astecas, os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram a América do Sul.
Falar em Caboclos na Umbanda, é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que, com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, omite detalhes referentes às suas vidas quando encarnados.
Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua.
Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porém em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem Vibrações Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxóssi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã.
Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxóssi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxóssi.
Embora existam diferenças entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as suas Vibrações Originais, apresentamos a seguir uma relação que nos parece a mais próxima de uma realidade:
Caboclos de Ogum: Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço
Caboclos de Xangô: Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.
Caboclos de Oxóssi: Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.
Caboclos de Omulu: Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.
Caboclas de Iansã: Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira.
Caboclas de Iemanjá: Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente.
Caboclas de Oxum: Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Sue.
Caboclas de Nanã: Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu.
Caboclinhos da Ibeijada: Nesta querida falange, encontramos os Caboclinhos e Caboclinhas do Mato que se manifestam em sua forma indígena.
Algumas características da Vibração dos Caboclos e Caboclas
Hábitat: Normalmente Matas Altas, Coqueiros, Eucaliptos, etc.
Vibração: Ajuda espiritual e material
Assuntos Relacionados: Todos
Atuação: Ajuda em todos os campos
Parte do Corpo: Todo o corpo
Essências: Eucalipto, Girassol (P/ Caboclos) e Pinho, Bálsamo-de-tolu (P/ Caboclas)
Cores: Vermelho, Verde e Branco
Pedras: Quartzo Verde-escuro.
Metal: Ferro, Aço, Manganês, Zinco
Flores: Girassol, Flor de Ipê, etc.
Banhos de descarrego: Essência de Eucalipto
Libação: Água com Mel
Imantação: Predomina a espiga de Milho
Guias: Para médiuns que tem um Caboclo como Guia: 117 contas (alternando 3 vermelhas, 3 Verdes e 3 Brancas). Para médiuns que tem uma Cabocla como Guia: 126 contas (alternando 7 Brancas, 7 Vermelhas e 7 Verdes)
Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores.
Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar.
Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Atualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais.
Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário.
Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes.
Quando se fala na Baía, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espíritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades.
O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.
Os baianos da Umbanda são poucos presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de entender que a fala dos caboclos.
Conhece de tudo um pouco, inclusive a Quimbanda, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.
Quando se referem aos Exus usam o termo "Meu Cumpadre", com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum "trabalho". Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero "venha me enfrentar, vamos vê se tu podes comigo". Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado. Costumam dizer que se estão ali "trabalhando" é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.
São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.
Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não ofendem, nem provocam ninguém.
Os trabalhos com a corrente dos Baianos trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.
Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.
Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exus, etc.
São grandes admiradores da disciplina e organização dos trabalhos.
São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.
Baianos são uma linha de trabalhadores de Umbanda pertencentes à chamada Linha das Almas, a mesma dos Preto-Velhos / Preta-Velhas. Suas giras são encontradas sobretudo em São Paulo. A correspondência no Rio de Janeiro é com a linha dos Malandros, cujo maior representante é Zé Pelintra. Outras linhas trabalham na gira dos baianos como por exemplo: Boiadeiros, Marinheiros e em alguns terreiros os Mineiros.
Sempre com seu coco (mistura de cachaça e mel colocada dentro de um coco), a linha baiana está sempre disposta a ajudar os filhos de fé com seus conselhos e sua proteção. Esta linha trabalha tanto na Umbanda quanto na Quimbanda, geralmente não descendo nos trabalhos de esquerda (exceto Zé Pelintra), mas tendo a sua permissão para atuar na Quimbanda no plano espiritual.
Alguns conhecidos:
Amigo do Vitorino
Mané Baiano
Zé Baiano
Zé da Estrada
Zé da Estrada e dos Trilhos
Zé do Coco
Zé do Coco de Pernambuco
Zé Tenório
Zé Pereira
Zeca do Coco
Zezinho Baiano
Chico Baiano
João Baiano
Severino
Joaquim Baiano
Carcará
Lampião
Maria Bonita
Pai Baiano
PRETO-VELHO E PRETA-VELHA
Preto-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".
São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Os Preto-Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.
Os Preto-Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
As Crianças – chamadas eres, ou ibejis, representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.
Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.
Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxalá (no sincretismo com o catolicismo, Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.
A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.
Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó, Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.
Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
A linha de Preto Velho, na Umbanda são entidades que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no território brasileiro), a linha de preto velho reflete a humildade, a paciência e a perseverança característica da atuação da linha nominada de Yorima, cujo se apresenta de pés no chão, cachimbo de barro bem rústico, quando não cigarro de palha, café, e um fio de contas de rosários e cruzes, figas e breves os quais utilizam em sua atuação astral.
Os pretos velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, conforme nação ou orixá regente, evidenciando sua atuação propriamente dita.
Os nomes comumente usados são:
Pai Joaquim;
Pai Francisco;
Pai Maneco de Aruanda;
Pai João;
Pai José;
Pai Mané;
Pai Antônio;
Pai Roberto;
Pai Cipriano;
Pai Tomaz;
Pai Jobim;
Pai Roberto;
Pai Guiné;
Pai Jacó;
Pai Benedito;
Velho Liberato
Rei Congo
Femininos:
Vó Cambinda;
Vó Cecília;
Vó Maria Conga;
Vó Catarina;
Vó Ana;
Vó Quitéria;
Vó Benedita;
Vó Cambinda;
Vó Minerva;
Tia Luiza;
Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:
Congo: Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
Aruanda: Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá.
D´Angola: Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
Matas: Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
Calunga, Cemitério ou das Almas: Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/Obaluayê;
Entre diversas outras nominações tais como: Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc.
Muitos Preto-velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Preto-velhos. Na gira eles só comem o que for feito de milho como por exemplo: Bolo de milho, pamonha, cural e etc.
Hábitat | Cemitério, Matagais |
Vibração | Segurança |
Assuntos Relacionados | Todos |
Atuação | Ajuda em todos os setores |
Parte do Corpo | Todo o corpo |
Data Comemorativa | 13 de Maio |
Dia da Semana | Segundas Feiras |
Essências | Heliotrópio, Alecrim, Café (P. Velhos) Junquilho (P. Velhas) |
Cores | Preto e Branco |
Pedras | Crisópraso, Opala, Jade. |
Metal | Antimônio, Níquel |
Flores | Margaridas brancas de todos os tipos, grandes e miúdas |
Banhos de descarrego | Vários, sendo o principal feito com arruda, sal grosso, fumo de rolo picado e carvão ralado. |
Libação | O mais comum é o Café amargo (sem açúcar) |
Imantação | Rapadura, Fumo de rolo, agrião, feijão preto, mingaus-das-almas. |
Guias | Para médiuns que tem um P.Velho como Guia: 128 contas (sendo uma Preta seguida de uma Branca) Para médiuns que tem uma P.Velha como Guia: 126 contas (sendo uma Branca seguida de uma Preta) |
IBEJADA
Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis.
A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não conseguimos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam.
A Falange das Crianças, estando em constante trabalho de descarga fluídica, afastando os espíritos malignos, é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos.
As festas para Ibeijada, Cosme e Damião, tem duração de um mês, iniciando a 27 de setembro e terminando a 25 de outubro, devido a ligação espiritual que há entre Crispim e Crispiniano com aqueles gêmeos, pela sincretização que houve destes santos católicos com os "ibêjis" ou ainda "erês" (nome dado pelos nagôs aos santos-meninos que têm as mesmas missões.
Nas festas das ibeijadas, que tiveram origem na Lei do ventre-Livre, desde aquela época até nossos dias, são servidos às crianças um "aluá" ou água com açúcar (ou refrigerantes adocicados no dia de hoje), bem como o caruru (também nas Nações de Candomblés).
Origem de "Doum"
Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos Afros quando uma macamba (denominação de mulher, na seita Cabula) dava a luz a dois gêmeos e, caso houvesse no segundo parto o nascimento de outro menino, era este considerado "Doum", que veio ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos. Caso viesse à luz duas meninas gêmeas, recebiam o nome de "Liana" e "Damiana" e, se nascesse outra menina a seguir, a esta criança davam e dão o nome de "Damiana"
Sincretização: Com os santos médicos, que foram gêmeos e médicos, tem sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os "erês" da África, mas como faltava "doum", colocaram-no junto a seus irmãos, com seus pequenos bastões de pau, obedecendo à semelhança dos santos católicos, formando assim a trindade da irmanação. Sua festa é realizada em 27 de setembro.
Hábitat
Jardim, praças floridas
VibraçãoDefinição de situações
Assuntos RelacionadosTodos
AtuaçãoFavorece uniões, casamentos etc..
Parte do CorpoTodo o corpo
Data Comemorativa
27 de Setembro
Dia da Semana Domingos
EssênciasMaçã, camomila, maçã-verde ( Ibeijada da Poeira )
Cores
Rosa e Branco
PedrasTurmalina rosa
MetalPrata, Ouro
Flores
Todas as variedades de flores (rosas, tulipas, gerânios etc.)
Libação
Água com açúcar
Imantação
Cuscuz, doces, balas, caramelos, etc.
Guias134 contas - 67 rosas e 67 brancas, intercaladas, para a vibração de ibeiji do sexo masculino.
134 contas - 67 brancas, seguidas de 67 rosas, para a vibração de ibeiji do sexo feminino.
Observação:
No tocante a Ibeijada, apor-se-á mais uma conta, no fecho, totalizando, portanto, 135 contas, dependendo da Falange que acompanha o protetor.
Exemplo: Praia: Azul clara, Mata: Verde, Poeira: Azul escuro, Cachoeira: Amarela, etc.
EXÚ E POMBA-GIRA
http://www.umbandaesoterica.com.br
CIGANOS
EXÚ E POMBA-GIRA
Na mística ironia do poder sacrílico de evocações, elegeram por errônea criação,e deram sabor proibitivo, as entidades que conhecemos como Exus e Pomba-Gira.
Se no temor que possa existir, dado por pessoas leigas, deixe agora nosso Povo em Evolução, que o conclame nesta pequena homenagem.
Larô Exus..., Gira-Girê Moças...
É compreender, que são espíritos, buscando a elevação. Somente trabalhando e praticando o Bem, é que eles se elevam.
A Umbanda evolui e se apresenta culta, atual, superando os tabus e crendices que marcaram seus primórdios. Não mais se pode aceitar Exus e Pomba-Gira, com aspectos aterrorizantes, fantasmagóricos ou imorais, pelo contrário. E aí estão, os médiuns videntes a atestarem a presença desses Exus e Pomba-Gira.
Elas, se apresentam em trajes Multicoloridos, podendo ser Ciganas de porte aristocrático, ou mulheres apenas comuns de porte vulgar. Dançarinas populares de Tabernas, enfim, amando a alegria e a noite.
Porque não chamá-las de "Espíritos Eternos das noites Felizes"?
E os Exus? Poderão ser os mais másculos homens, trazendo porém, em seu cavalheirismo, seu modo eloquente de falar, o encanto de conquistadores inconquistáveis. Que na passagem terrena, tenham sido músicos, poetas, pintores, e acima de tudo, Boêmios. Amantes da Liberdade.
Quem? Quem poderia agora, narrar o seu silêncio?
Nossos amigos em evolução, espíritos que, quando viveram na Terra, pertenceram a diversos povos e diferentes camadas sociais. A meu ver, portanto, não podem ser considerados exemplos de mau caráter ou de vulgaridade; também não devem ser confundidos com espíritos perturbadores, os infelizes quiumbas, que se encontram mergulhados na mais profunda negatividade. Exus e Pomba-Gira, ao contrário, são nossos amigos, dão-nos alento e proteção quando necessitamos de apoio espiritual e mesmo material.
Exus e Pomba-Gira, têm uma função específica junto aos espíritos evoluídos, aos guias superiores, protegendo-nos e levando-nos a possíveis realizações. Com as maneiras alegres, calorosas e compreensivas que apresentam quando manifestadas, essas entidades permitem que nos afinemos melhor com elas, tendo-as como amigas que nos cercam e protegem.
A existência de determinados tabus, contra os Exus e Pomba-Gira, revela apenas, profunda ignorância espiritual: todos querem receber espíritos altamente evoluídos, que se apresentam como médicos famosos ou cientistas importantes; mas muitos se negam a incorporar um espírito de baixa vibração, mesmo que venha no pólo positivo, embora com isso estejam prejudicando a evolução dessas entidades.
Tabus e práticas, oriundas de um tempo, em que havia a concepção errônea de que Exu era o Demônio. Que só queria fazer ou trazer o Mal. Os médiuns que trabalhavam com Exus, eram considerados perigosos, e ninguém se atrevia a chegar perto deles ou a desagradá-los, com medo de represálias. Até hoje, apesar de toda a evolução espiritual da Umbanda, ainda encontramos um grande número de centros que não trabalham com Exu, pois ainda aceitam estas idéias errôneas. No entanto, na realidade, Exus e Pomba-Gira, são entidades que nos auxiliam, desmanchando e afastando os trabalhos realizados pelos quiumbas. Entidades que, em geral, não revelam sua antiga identidade por razões espirituais, pela oportunidade de evoluírem mais rapidamente.
Nossos Queridos e Adorados Exus - Algumas Características
Hábitat
Encruzilhadas de Terra, Cemitério, Ambientes da Natureza
Imantação
Existem diversas, porém a mais comum é o Padé ou Ebó completo, normalmente à base de farinha de mandioca misturada ao Azeite de Dendê.
Libação
Aguardente, Rum, Wisque, Graspa.
Flores
Cravos diversos.
Sincretismo
Não há.
Banhos
Canela (exus de encruzilhada)
Cedro (exus de Calunga)
Atuação
Ajuda material.
Vibração
Proteção, guarda
Aroma Principal
Canela (exus de encruzilhada)
Cedro (exus de Calunga)
Metais
Ferro, aço (Exus das encruzilhadas);
Mercúrio (Exus da Calunga)
Pedras
Ágata (Exus das Encruzilhadas)
Ônix (Exus da Calunga)
Aroma Principal
Canela (exus de encruzilhada)
Cedro (exus de Calunga)
Parte do Corpo Afetada pela Vibração
Pés e Mãos
Nossa Querida e Adorada Pomba-Gira - Algumas Características
Hábitat
Encruzilhadas em forma de "T", Cemitério, Ambientes da Natureza
Imantação
Existem diversas, porém a mais comum é o Padé ou Ebó completo, normalmente à base de farinha de mandioca misturada ao Azeite de Dendê, ou Aniz.
Assuntos Relacionados
Poder terrestre, assuntos materiais
Flores
Rosas de diversas cores, principalmente vermelhas.
Banhos
Verbena (Pomba-Gira de encruzilhada)
Patchuli (Pomba-Gira de Calunga)
Parte do Corpo Afetada pela Vibração
Aparelho Digestivo
Aroma Principal
Verbena (Pomba-Gira de encruzilhada)
Patchuli (Pomba-Gira de Calunga)
Metais
Ferro, aço (Pomba-Gira de encruzilhada);
Mercúrio (Pomba-Gira de Calunga)
Pedras
Ágata (Pomba-Gira de encruzilhada)
Ônix (Pomba-Gira de Calunga)
Sincretismo
Não há.
Atuação
Ajuda material.
Vibração
Proteção, guarda
Libação
Anis, Cidra e Licores Diversos
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Os Exus e Pomba-Gira são emissários, elo entre os homens e os Orixás.
Subordinados às energias superiores, são compromissados com as leis divinas e estagiam em graus médios da espiritualidade, praticando o bem, caminhando na luz em busca de sua própria evolução. Trilham no astral inferior apenas para combater o mal: desfazem feitiços, trabalhos de magia negra em pessoas e ambientes; resgatam os espíritos malignos e obsessores, responsáveis por separações de casais; vícios de bebidas e drogas; embaraços nos negócios; perturbações; discussões em família e uma infinidade de malefícios… Encaminham estes espíritos a um guardião-chefe, onde passam por uma triagem e, após se redimirem de seus erros, são batizados e preparados para cumprir sua missão, juntamente com o Exu que lhes resgatou. Esses Exus, no cumprimento de suas missões, evoluem: são coroados e recebem, por mérito de seu sacrifício, a condição de progredirem como elementos da linha positiva.
É comum ouvir dizer que sem Exu não se faz nada. Isso se dá pelo fato destas entidades estarem frente aos combates espirituais, prestando defesa e proteção, e não porque são vingadores, traíras ou forças do mal, como a maior parte das lendas nos leva a pensar.
Entretanto cabe lembrar, que o estágio evolutivo de Exu é inferior ao dos caboclos, baianos, preto-velhos, etc., o que também não significa que não sejam evoluídos – apenas encontram-se num estágio abaixo. Sua energia é mais densa e sua vibração ou força de incorporação está mais próxima ou similar à vibração da Terra, exigindo dos médiuns uma concentração diferenciada da que possam sentir ao incorporarem um caboclo, um baiano ou preto-velho. Fato é que, quanto mais evoluída for a entidade a ser incorporada, mais sutil será a incorporação e a energia sentida. Há também de se lembrar que, quando um médium incorpora um Exu ou pomba-gira, ele está ativando seus chackras inferiores, e, se este médium for despreparado ou tiver conduta questionável, poderá interferir na incorporação: ele dará vazão aos seus sentimentos menores, transferindo para o Exu o seu tipo de comportamento e neste caso não há dúvidas: o médium está mistificando um ato sagrado da espiritualidade.
Outro aspecto a ressaltar é que esse estágio espiritual, onde se encontra Exu, em nada o impede de trabalhar harmoniosamente com as entidades mais evoluídas, até porque a questão hierárquica, no Plano Astral, é sublimada: lá não existem disputas pelo poder, pois, todos estão conscientes de suas tarefas e de seus graus. Bom, agora que já transcorremos de forma esclarecedora, sobre o tema, conheça mais sobre alguns guardiões e suas falanges.
Corrente dos Exus e Pomba-Gira
Tranca Ruas – Falange das Almas
Tiriri – Falange das Encruzilhadas das Matas
Sete Encruzilhadas – Falange das Encruzilhadas
Meia-Noite – Falange dos Cruzeiros
Maria Padilha – Falange das Almas
Sete Saias – Falange das Encruzilhadas
Maria Molambo – Falange da Lira
EXU E A SUA FORMA ORIGINAL
Na tentativa de manter o culto aos seus deuses no Brasil, os negros escravos buscaram pontos de convergência entre a trajetória dos santos católicos e os dezesseis orixás do culto do Candomblé, mais conhecidos e tradicionalmente cultuados. Exu foi representado no sincretismo católico, pelos negros africanos, por Santo Antônio, simplesmente por questões similares como a cor de ambos e governança: o número sete, os cemitérios, encruzas e sua personalidade forte.
Este orixá foi o que mais sofreu uma perseguição sistemática, pelos missionários catequizadores, sendo associado ao Diabo. Nesta mistura de mentiras, médiuns despreparados recebiam espíritos que se passavam por Exu, dizendo que era o Demônio, fazendo com que comerciantes inescrupulosos e ignorantes criassem uma imagem de Exu, cada vez mais distorcida e tenebrosa. Exu, sobre esta concepção, ganhou chifre, rabo e pata de animais. Verdade é que, a forma original de Exu é humana, ele tem dois braços, duas pernas, dois olhos e uma cabeça! Os espíritos que compõem a falange de Exu são espíritos como nós, contemporâneos até. Essa associação, indevida e maldosa, com o passar do tempo, foi caindo no gosto popular e na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente doentes, que começaram a construir a visão irreal de que Exu é o Demônio. Diferente dos quiumbas, zombeteiros e outros espíritos oportunistas, que podem mistificar os trabalhos espirituais e se passarem por Exu, cada ser humano têm, pelo menos, um casal de Exus que influenciam permanentemente em seu destino.
Para fechar esta primeira parte da matéria, esclareçamos outro mito: independe do sexo e da sexualidade do médium a incorporação de uma pomba-gira ou Exu. Isto quer dizer que um médium homem jamais terá sua sexualidade transmutada ou interferida porque incorpora uma pomba-gira e a recíproca é verdadeira. Estas “lendas” em nada conferem com a realidade da pura espiritualidade e, pelo contrário, distorcem ainda mais a verdade dos fatos.
Para que possamos explicitar melhor o que acabamos de compreender, confira as matérias que seguem á esta, onde médium e entidade trabalham para o melhor, indistinta e imparcialmente.
Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – Nº 04
CIGANOS
Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda, e “carregam as falanges ciganas juntamente com as falanges orientais uma importância muito elevada, sendo cultuadas por todo um seguimento espírita e que se explica por suas próprias razões, elegendo a prioridade de trabalho dentro da ordem natural das coisas em suas próprias tendências e especialidades.
Assim, numerosas correntes ciganas estão a serviço do mundo imaterial e carregam como seus sustentadores e dirigentes aqueles espíritos mais evoluídos e antigos dentro da ordem de aprendizado, confundindo-se muitas vezes pela repetição dos nomes comuns apresentados para melhor reconhecimento, preservando os costumes como forma de trabalho e respeito, facilitando a possibilidade de ampliar suas correntes com seus companheiros desencarnados e que buscam no universo astral seu paradeiro, como ocorre com todas as outras correntes do espaço.
O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual, juntamente com outros grupos de espíritos, também de longa data de reencarnações repetidas na Terra e de grande contribuição, caridade e aprendizado no plano imaterial.
A argumentação de que espíritos ciganos não deveriam falar por não ciganos ou por médiuns não ciganos e que se assim o fizessem deveriam fazê-lo no idioma próprio de seu povo, é totalmente descabida e está em desarranjo total com os ensinamentos da espiritualidade sua doutrina evangélica, até as impossíveis limitações que se pretende implantar com essa afirmação na evolução do espírito humano e na lei de causa e efeito, pretendendo alterar a obra divina do Criador e da justiça divina como se possível fosse, pretendendo questionar os desígnios da criação e carregar para o universo espiritual nossas diminutas limitações e desinformação, fato que nos levaria a inviabilização doutrinária. Bem como a eleger nossa estada na Terra como mera passagem e de grande prepotência discriminatória, destituindo lamentavelmente de legitimidade as obras divinas.
Igualmente, mantêm-se as falanges ciganas, tanto quanto todas as outras, organizadas dentro dos quadros ocidentais e dos mistérios que não nos é possível relatar. Obras existem, que dão conta de suas atuações dentro de seu plano de trabalho, chegando mesmo a divulgar passagens de suas encarnações terrenas. Agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e tem um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges.
Ao contrário do que se pensa os espíritos ciganos reinam em suas correntes preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mau e trazendo uma contribuição inesgotável aos homens e aos seus pares, claro que dentro do critério de merecimento, tanto quanto qualquer outro espírito teremos aqueles que não agem dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não serem diferentes de nenhum outro espírito humano.
Trabalham preferencialmente na vibração da direita e aqueles que trabalham na vibração da esquerda, não são os mesmo espíritos de ex-ciganos, que se mantêm na direita, como não poderia deixar de ser, e, ostentam a condição de Guardiões e Guardiãs. O que existe são os Exus Ciganos e as Moças Ciganas, que são verdadeiros Guardiões à serviço da luz nas trevas, como todo Guardião e Guardiã dentro de seus reinos de atuação, cada um com seu próprio nome de identificação dentro do nome de força coletivo, trabalhando na atuação do plano negativo à serviço da justiça divina, com suas falanges e trabalhadores, levando seus nomes de mistérios coletivos e individuais de identificação, assunto este que levaria uma obra inteira para se abordar e não se esgotaria.
Contudo, encontramos no plano positivo falanges diversas chefiadas por ciganos diversos em planos de atuação diversos, porém, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm dentro de algumas características gerais. Imenso é o número de espíritos ciganos que alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como característica e identificação.
Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros, da mesma forma as ciganas, como Esmeralda, Carme, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também. É imprescindível que se afirme que na ordem elencada dos nomes não existe hierarquia, apenas lembrança e critério de notoriedade, sem contudo, contrariar a notoriedade de todos os outros ciganos e ciganas, que são muitos e com o mesmo valor e importância.
Por sua própria razão diferenciada, também diferenciado como dissemos é a forma de cultuá-los, sem pretender em tempo algum estabelecer regras ou esgotar o assunto, o que jamais foi nossa pretensão, mesmo porque não possuímos conhecimento de para tanto. A razão é que a respeito sofremos de uma carência muito grande de informação sobre o assunto e a intenção é dividir o que conseguimos aprender a respeito deste seguimento e tratamento. Somos sabedores que muitas outras forças também existem e o que passamos neste trabalho são maneiras simples a respeito, sem entrar em fundamentos mais aprofundados, o que é bom deixar induvidosamente claro.
É importante que se esclareça, que a vinculação vibratória é de axé dos espíritos ciganos, tem relação estreita com as cores estilizadas no culto e também com os incensos, pratica muito utilizada entre ciganos. Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor. Uma das cores, a de vinculação raramente se torna conhecida, mas a de trabalho deve sempre ser conhecida para prática votiva das velas, roupas, etc.
Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se pretende fazer ou alcançar.
Para o cigano de trabalho se possível deve-se manter um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Devendo esse altar manter sua imagem, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do cigano em um suporte de alumínio, fazendo oferendas periódicas para ciganos, mantendo-o iluminado sempre com vela branca e outra da cor referenciada. Da mesma forma quando se tratar de ciganas, apenas alterando a bebida para licor doce. E sempre que possível derramar algumas gotas de azeite doce na pedra, deixando por três dias e depois limpá-la.
Os espíritos ciganos gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante fruta, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo se encher jarras de vinho tinto com um pouco de mel. Podendo ainda fatiar pães do tipo broa, passando em um de seus lados molho de tomate com algumas pitadas de sal e levá-los ao forno, por alguns minutos, muitas flores silvestres, rosas, velas de todas as cores e se possível incenso de lótus.
As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral. Os ciganos trabalham com seus encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e dos seus olhos.
Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus então, preocupado em atendê-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselhá-las para o bem.
É muito comum usar-se em trabalhos ciganos: moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua”
Trecho extraído do livro “Rituais e Mistérios do Povo Cigano”
www.povodearuanda.wordpress.com